A HISTÓRIA DE DOMITILA DE CASTRO — A AMANTE FAVORITA DO IMPERADOR — MARQUESA DE SANTOS

Apaixonados por Historia
24 min readFeb 7, 2023
Foto edição pertencente ao Canal Apaixonados por História, para usá-la dê os créditos.

Nascida no dia 27 de dezembro de 1797 na província de São Paulo, Domitila de Castro Canto e Melo era a filha caçula de Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas e de João de Castro Canto e Melo. Seus pais eram membros de famílias ricas da elite paulista.

Não existem muitos registros sobre a infância de Titília, assim apelidada por sua família, mas sabemos que ela aprendeu a ler, escrever e fazer cálculos, o que já a diferenciava das outras mulheres de sua época, tendo em vista que a educação para as mulheres era bastante limitada e regrada.

Ao completar 15 anos, seus pais decidiram casá-la com um mineiro que havia se mudado para São Paulo a pouco tempo. Seu nome era Felício Pinto Coelho de Mendonça, que era alferes e membro do Primeiro Esquadrão do Corpo de Dragões de Vila Rica. Ele era oito anos mais velho que sua pretendente era considerado um bom partido para Domitila.

Acabaram se casando em 13 de janeiro de 1813 e se mudaram para Vila Rica. Nesse mesmo ano, Domitila engravidou e deu a luz a sua primeira filha, batizada como Francisca. Três anos depois, Domitila engravidou novamente e deu à luz em novembro de 1816 a um menino que recebeu o nome do pai Felício.

A vida conjugal ia de mal a pior, Felício demonstrou ser um homem muito ciumento e agressivo, dado aos vícios da bebida e jogos de azar. Ele agredia e violentava Domitila constantemente. Cansada de tanto sofrer Domitila tomou uma decisão muito corajosa para a época, fugiu de Vila Rica para sua terra natal afim de salvar sua vida e conseguir o apoio de sua família, pois todos sabiam do caráter violento de seu marido.

Entretanto, Domitila e seu marido acabaram se reconciliando. Desse reconciliamento ela acabou ficando grávida e dando à luz ao terceiro e último filho do casal, que recebeu o nome de João, mas infelizmente o menino acabou falecendo ainda bebê.

A paz durou pouco tempo após a reconciliação, nessa mesma época a mãe de Felício faleceu e o alferes recebeu como herança muitas terras. Como mal caráter que era, Felício falsificou a assinatura de Domitila para vender as terras e ficar com o dinheiro todo para si, provavelmente para gastar em bebidas e jogos. No dia 6 de março de 1819, Felício tentou matar sua esposa, e esfaqueou Domitila duas vezes, uma na coxa e a outra na barriga. Ela ficou dois meses entre a vida e a morte, mas conseguiu sobreviver ao atentado e seu marido foi preso.

✎ Atenção: Você está autorizado a compartilhar o texto ou parte dele, desde que cite a fonte dessa forma: Texto publicado pela Professora Sabrina Ribeiro no Canal Apaixonados por História. Disponível em: (Cole o link do texto ou do vídeo aqui)

Felício afirmava que Domitila tinha cometido adultério com um oficial chamado Francisco de Lorena, mas o alferes não tinha nenhuma prova ou testemunha. Naquela época os maridos podiam assassinar suas esposas em caso de adultério. Domitila negou tudo.

Todos sabiam da má fama de Felício como marido violento e alcoólatra, e mesmo assim ele foi solto, graças as suas amizades. Felício, vingativo após ter fracassado em seu plano de matar Domitila, tentou então tirar dela o seu bem mais precioso, que eram seus filhos. Ele queria a guarda das crianças e tentou diversas vezes falar pessoalmente com o Rei Dom João VI para que intercedesse na decisão. Após a partida da Família Real em 1821 quem resolveria essas questões seria o príncipe regente Dom Pedro.

Em 1822 Dom Pedro precisava buscar aliados políticos para fazer a Independência do Brasil, o príncipe que estava casado há cinco anos com a arquiduquesa austríaca Leopoldina de Habsburgo-Lorena, já era pai de Maria da Glória, João Carlos e da futura princesa Januária que estava no ventre de sua mãe. Todos sabiam da fama de namorador que o príncipe tinha e de seus casos extraconjugais que não eram nada discretos.

Em agosto de 1822, Dom Pedro chegou na província de São Paulo para tentar buscar apoio e apaziguar a revolta da Bernarda de Francisco Inácio. Domitila era pouco mais de 9 meses mais velha que Dom Pedro.

Contam que o príncipe vinha cavalgando junto a sua comitiva, quando Domitila atravessou a estrada sendo carregada em uma cadeirinha de arruar por dois escravizados. Logo o príncipe fitou os olhos na jovem de 24 anos e elogiou sua beleza, rapidamente ele apeou do cavalo e foi ao encontro da senhorita. O próprio príncipe tomou a frente da cadeirinha, dispensou os escravizados e levou a veículo junto a um de seus guardas, Domitila não perdeu tempo e exclamou:

- Como vossa alteza é forte!

Domitila

Ao que Dom Pedro respondeu:

- Nunca mais vossa excelência terá negrinhos como estes.

Dom Pedro

Domitila de Castro Canto e Melo era uma mulher atraente para os padrões de beleza da época. Possuía uma pele clara e bem cuidada, seus olhos eram de um tom profundo de verde, o nariz era levemente curvo, mas delicado, seus dentes brancos. Era alta, mas seus ossos e músculos não eram aparentes. Era uma mulher divertida, simpática e espirituosa segundo muitos relatos.

No dia 29 de agosto de 1822, nove dias antes do grito do Ipiranga, o casal dormiu junto pela primeira vez. No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro proclamou a independência do Brasil e foi aclamado como o primeiro imperador dos brasileiros no Teatro da Ópera, onde certamente Domitila e sua família estavam presentes. De fato, não podemos negar que a história de Domitila se confunde com a Independência do Brasil, ela foi sem dúvidas o escândalo do primeiro reinado.

Nesse período Domitila engravidou, existem divergências sobre o destino dessa criança, alguns historiadores acreditam que ela tenha perdido o bebê e outros dizem que a criança nasceu morta. O que temos certeza é que um ano após o primeiro encontro Domitila se mudou com toda sua família e filhos para o Rio de Janeiro, a pedido do Imperador.

No próximo vídeo veremos como o que aconteceu depois que Domitila se mudou para a capital do Império.

No vídeo anterior, vimos como Dom Pedro e Domitila se conheceram no final do mês de agosto de 1822, logo Domitila engravidou. O imperador fez questão que sua amante e toda sua família se mudassem para o Rio de Janeiro.

No início de 1823, Dom Pedro I teve um caso amoroso com uma irmã de Domitila, chamada Maria Benedita de Castro Canto e Melo, ela era a Baronesa de Sorocaba, casada com Boaventura Delfim Pereira, o Barão de Sorocaba. Desse relacionamento extraconjugal, Maria Benedita acabou engravidando e nove meses depois no dia 4 de novembro de 1823 nasceu um menino, batizado como Rodrigo Delfim Pereira.

Dom Pedro afirmava que Maria Benedita tinha engravidado de um filho dele “por um motivo bem simples […] não era burra” A baronesa de Sorocaba engravidou antes da mudança de Domitila e sua família para a capital do império.

Quem assumiu a paternidade do pequeno Rodrigo foi o próprio Barão de Sorocaba, esposo de Maria Benedita, que conseguiu que seu marido passasse a ser o administrador de todas as propriedades da coroa.

Historiadores afirmam que Domitila não sabia desse caso entre Dom Pedro e sua irmã, muito menos que seu sobrinho era na verdade filho de seu amante, ela só descobriu isso muitos anos depois, mas isso veremos adiante. Continuando… nesse meio tempo entre 1822 e 1823 Domitila que estava grávida acabou sofrendo um aborto de seu primeiro filho com Dom Pedro, mas isso não esfriou o relacionamento dos amantes.

É preciso enfatizar que a imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro era uma mulher muito amada e querida pelo povo brasileiro, Dona Leopoldina era uma mulher muito sensível e caridosa, nunca tendo negado ajuda aos pobres e enfermos que a procuravam, chegando ao ponto de vender suas joias para ajudar os mais necessitados. A austríaca que era um verdadeiro mártir de paciência, nada fazia perante as traições do marido.

Assim que Domitila de Castro se mudou para o Rio de Janeiro com sua família ela não foi bem recebida pelos moradores cariocas, que ao descobrirem quem era essa paulista e o que estava fazendo na capital do império, passaram a xingá-la e humilhá-la em público, mas nada disso abalou o casal apaixonado.

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Pouco tempo depois de perder um filho, Domitila engravidou novamente e deu à luz a uma linda menina no dia 2 de maio de 1824, recebeu o nome de Isabel Maria de Alcântara Brasileira. Foi batizada na Igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho e registrada como filha de pais incógnitos. A família Castro inventou uma história de que a menina teria sido abandonada na porta da casa do coronel João de Castro, pai de Domitila, ou seja os avós da menina.

Ao ficar sabendo do nascimento de uma filha de Domitila com o Imperador, Felício seu ex-marido escreveu uma certa maldizendo Titília. Dom Pedro ao descobrir isso fez questão de ir a feitoria onde Felício trabalhava e dar um tapa na cara dele, além disso o monarca prometeu surrá-lo caso tocasse no nome de Isabel e Domitila novamente.

Em setembro do mesmo ano Domitila foi impedida de entrar no Teatrinho Constitucional devido sua “moral duvidosa”. Como forma de repressão ao destrato dado a sua amante, Dom Pedro mandou fechar o teatro, demitir todos os atores e colocar fogo em todos os figurinos.

Na Semana Santa de 1825 durante uma missa na Capela Imperial, ao perceberem a presença da amante do imperador, todas as damas se retiraram do local, e Domitila teve que assistir à missa sozinha.

Nesse mesmo ano de 1825 Domitila foi nomeada a dama camarista da Imperatriz Leopoldina, com esse título ela teria o direito e o dever de morar por uma semana junto aos imperadores, trabalhando no Paço de São Cristóvão. Dom Pedro fez isso como forma de intimidar as damas que tinham humilhado Domitila na Capela Imperial, pois agora com o título de dama camarista ela seria hierarquicamente superior a todas as outras damas que tinham deixado a amante sozinha na missa.

Nessa época Domitila conseguiu a guarda definitiva de seus dois filhos e se divorciar do ex-marido abusador. Tudo isso graças ao imperador, que agilizou o processo de divórcio da amante.

No dia 12 de outubro de 1825 foi aniversário do Imperador, mas quem ganhou o presente foi Domitila, sendo elevada ao título de Viscondessa de Santos.

Isso foi feito como forma de provocação aos irmãos Andradas, inimigos políticos da família Castro, Dom Pedro elevou Domitila a viscondessa de Santos, pois Santos era a cidade natal José Bonifácio de Andrada e Silva e sua família. Ao ficar sabendo do ocorrido José Bonifácio escreveu:

“Quem sonharia que a michela (prostituta) Domitila seria viscondessa da pátria dos Andradas! Que insulto desmiolado!”

José Bonifácio de Andrada e Silva sobre Domitila de Castro.

Domitila de Castro inventou uma historia, a amante teria dito a Imperatriz que sofria da moléstia de Lázaro, popularmente chamada de lepra, conhecida como hanseníase atualmente. Ela teria inventado essa história para tentar disfarçar seu relacionamento com o Imperador, que ao ser questionado por Leopoldina respondeu:

“ou tenha ou não, cá para mim não me importa, porque não tenho tratos com ela”

Dom Pedro sobre a suposta doença de Domitila.

Dona Leopoldina lidava com essa situação com toda a frieza e indiferença, pois tinha aprendido na corte dos Habsburgo-Lorena, que nobre senhora, jamais deveria fazer escândalos em público. Em nenhum momento a imperatriz confrontou a amante. Por fora ela demonstrava não se importar com a situação, mas hoje sabemos, através das cartas o quanto todas essas traições públicas e humilhações a machucaram. A imperatriz que já tinha um histórico genético de depressão, acabou entrando em um estado de melancolia profunda.

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Nesse período Domitila de Castro tornou-se uma figura escandalosa e notória na corte, pois todos sabiam que ela era a favorita e quem a importunasse teria que acertar as contas com o Imperador. Muitos viajantes e embaixadores estrangeiros relataram sobre a grande influência que Domitila fazia sobre Dom Pedro, que a chamava publicamente de “minha Títilia”. Nas cartas trocadas entre os amantes, o Imperador assinava como “demonão” ou “fogo, foguinho”.

A fim de agradar o imperador, muitos políticos e figurões da elite começaram a visitar e presentear a favorita do imperador, tudo isso era falso, na frente de Domitila eles a tratavam bem, mas quando ela não estava presente eles a xingavam e ridicularizavam nas rodas de conversa.

Dentre os membros da elite, existiam alguns que a odiavam declaradamente, como José Bonifácio e seus irmãos Martim e Antônio. Acontece que a família Castro era inimiga política da família Andrada. Essa rincha entre as duas famílias ricas de São Paulo era muito antiga, anterior ao nascimento de Domitila.

Os Andradas afirmavam que a amante teria intervindo no fim das investigações sobre os envolvidos na Bernarda de Francisco Inácio. Dizem que ela recebeu subornos para influenciar as decisões do Imperador, que acabou decretando anistia geral. Entretanto não temos certeza se isso é verdade.

A família da amante recebeu diversas graças e títulos do Imperador. Segundo o escritor Paulo Rezzutti, o pai de Domitila recebeu o título de Visconde de Castro, os irmãos foram feitos gentis-homens do paço e um deles recebeu a patente de coronel. Além disso dois primos de Domitila passaram ao cargo de guarda-roupas do imperador.

Dom Pedro encontrou em Domitila algo que sempre almejou, uma grande família unida. Passou a chamar os pais de sua amante, de “meu velho” e “minha velha”, tratava-os com todo o respeito e carinho, como se fossem seus sogros de verdade.

No dia 23 de maio de 1825, a pequena Isabel Maria completou 1 aninho. A menina tinha sido registrada como filha de pais incógnitos, mas agora Dom Pedro tinha mudado de ideia, talvez por influência da amante o imperador decidiu declarar a paternidade publicamente, na nova certidão não foi citado o nome da mãe.

No dia seguinte ao aniversário de Isabel Maria, Dom Pedro presenteou Domitila com um palacete que ficava apenas 450 metros do Paço de São Cristóvão. Fizeram uma grande festa e a menina ilegítima recebeu o título de Duquesa de Goiás. Com esse título Isabel não deveria se curvar perante ninguém além dos membros da família do imperador, até mesmo Domitila teria que se curvar perante a filha. Após o reconhecimento da paternidade, Belinha passou a frequentar o Paço de São Cristóvão e receber a mesma educação dada as princesas.

No dia 2 de dezembro de 1825 Dona Leopoldina deu à luz a um menino, alguns dias depois, no dia 7, Domitila também deu à luz a um menino batizado como Pedro de Alcântara Brasileiro. Contam que o imperador ficou tão feliz pelo nascimento de seus dois filhos homens, que planejou fazer do menino bastardo o Duque de São Paulo.

No início de 1826, a família imperial decidiu fazer uma viagem a província da Bahia, como era de se esperar Domitila foi junto. A sociedade brasileira ficou escandalizada ao ver Dom Pedro embarcar junto com sua esposa, sua amante e sua filha primogênita de sete anos, a princesa Maria da Glória a quem nada escapava. Dona Leopoldina ficou muito preocupada com o exemplo que o pai estava dando a sua filha que viria a ser rainha de Portugal. No navio que os levaram Domitila recebeu um aposento superior ao de Dona Leopoldina, que magoada com toda a situação, decidiu fazer suas refeições sozinha em seu quarto, enquanto seu marido a amante e a filha almoçavam e jantavam juntos.

A viagem a Bahia foi um escândalo no âmbito pessoal, mas no que diz respeito à política, foi um sucesso. O imperador fez grandes avanços em seu governo durante essa viagem, entretanto esse assunto é muito extenso, se vocês quiserem que eu conte com mais detalhes sobre esse episódio na Bahia, deixem nos comentários.

Durante a viagem Dom Pedro recebia periodicamente cartas informando tudo o que dizia respeito de seus filhos legítimos e bastardos. Tragicamente, ele recebeu uma carta informando a morte do pequeno Pedro de Alcântara Brasileiro, que seria o futuro Duque de São Paulo, seu filho ilegítimo com Domitila.

Já que Dona Leopoldina não fazia nada em relação a infidelidade de seu marido, o povo decidiu fazer por ela. Os muros da cidade passaram a amanhecer com caricaturas de Dom Pedro e Domitila, em um dos desenhos Domitila estava em uma carruagem puxada por um cavalo que tinha a face de Dom Pedro, no desenho a amante controlava o imperador com as rédeas.

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No dia 12 de outubro de 1826, foi aniversário de Dom Pedro, mas novamente quem ganhou o presente foi Domitila, sendo elevada a Marquesa de Santos. A humilhação era imensa para Dona Leopoldina que nesse período já sofria com crises de ansiedade e depressão.

No final de 1826 o pai de Domitila, João, Visconde de Castro adoeceu e Dom Pedro ficou preocupadíssimo, passou uma semana ao lado do doente, auxiliando em tudo como se fosse um enfermeiro. Além disso demonstrou em público seu desejo que o Visconde de Castro melhorasse e rezou diversas vezes para que o pai de sua amante recuperasse sua saúde. De nada adiantou e o pai de Domitila faleceu em 2 de novembro de 1826. Enquanto tudo isso acontecia, o imperador praticamente abandonou seu lar, passando dias e dias no palacete da amante.

Pela primeira e única vez Dona Leopoldina perdeu a paciência e enviou uma carta a Dom Pedro dando um ultimato: o imperador deveria escolher entre ela e a amante, caso Dom Pedro escolhesse Domitila, Dona Leopoldina pediu para que ele autorizasse ela retornar a Áustria, para junto de seu pai. Dom Pedro não se deu o trabalho de responder sua esposa, sem obter respostas Dona Leopoldina mandou que os criados arrumassem todas as roupas do Imperador e as entregassem na casa da amante. Ao invés de obedecer a ordem, um criado correu até o palacete da Marquesa para contar o que estava acontecendo no Paço de São Cristóvão. Dom Pedro foi em direção a Quinta da Boa Vista o mais rápido possível. Chegando no Palácio Pedro e Leopoldina discutiram e após o imperador gritar muito, caiu aos pés da esposa e chorando pediu perdão.

Desde o início de novembro de 1826 a Imperatriz, grávida de sua oitava criança e com a saúde já fragilizada, adoeceu, acabou contraindo uma infecção uterina ou puerperal, provavelmente pela falta de assepsia dos médicos que ainda não tinham o conhecimento sobre a importância de lavar as mãos antes de fazer um exame de toque. A saúde da imperatriz declinava a cada dia. Nesse mesmo período, Dom Pedro precisava viajar para o Sul para tentar resolver a situação da província Cisplatina, o imperador adiou a viagem e esperou sua esposa melhorar um pouco, dias depois Dona Leopoldina teve uma pequena melhora em sua saúde e então Dom Pedro partiu para o Sul.

Os dias foram passando e a imperatriz ia ficando cada dia mais fraca e doente. Se vocês quiserem saber como foi o último encontro de Dona Leopoldina e Dom Pedro e como a nossa primeira imperatriz faleceu, assistam o vídeo: O MAIOR FUNERAL DO BRASIL: A MORTE DA IMPERATRIZ LEOPOLDINA

A Imperatriz que sofria dos nervos em um momento de delírio começou a acusar a Marquesa de Santos e os médicos de envenenamento, tudo isso chegou as ruas do Rio de Janeiro como uma faísca em meio a pólvora.

Em dado momento a Marquesa de Santos tentou entrar nos aposentos da Imperatriz adoecida, mas foi barrada pelo marquês de Paranaguá, que impediu que Domitila importunasse os últimos momentos de Leopoldina. A verdade é que Domitila só era respeitada quando estava na companhia de Dom Pedro. Não sabemos até hoje o porquê Domitila queria entrar a todo custo nos aposentos da imperatriz, mas sabemos que ela foi impedida.

No dia 11 de dezembro de 1826 Dona Leopoldina faleceu e o povo decidiu vingar a morte da amada imperatriz. Eles culpavam a amante pelo ocorrido e clamavam por vingança. O palacete da marquesa de Santos foi cercado e apedrejado, dois tiros foram disparados contra o cunhado de Domitila e sua família foi ameaçada. Os ministros decidiram afastar a favorita da corte até a volta de Pedro.

Nesse período o imperador que estava no Sul recebeu algumas cartas informando o falecimento de sua esposa e da consternação que acontecia no Rio de Janeiro. Se vocês quiserem saber a reação de Dom Pedro ao saber da morte de sua fiel aliada, assista o vídeo: O REMORSO DE DOM PEDRO I

De fato, a morte de Dona Leopoldina marcou a história do Brasil.

Passando um tempo da morte de Dona Leopoldina, a Marquesa de Santos deve ter pensado que poderia virar a Imperatriz do Brasil, mas seu relacionamento com Dom Pedro começou a esfriar depois disso. Ele passou a assinar suas cartas a amante como “seu amo e senhor” [amo significa dono da casa, patrão, senhor] e não mais como “demonão” ou “fogo foguinho” como antes. Mesmo assim Domitila acabou engravidando novamente e deu à luz uma menina que nasceu no dia 13 de agosto de 1827, batizada como Maria Isabel de Alcântara Brasileira, a menina seria a futura Duquesa do Ceará.

A Marquesa de Santos era uma mulher muito ciumenta, isso fica mais do que comprovado nas cartas trocadas entre os amantes.

O imperador desenvolveu ao longo dos anos, uma amizade com o marido de Maria Benedita, o Barão de Sorocaba. Dom Pedro dormia com frequência na residência do casal. E isso fazia Domitila morrer de ciúmes. Em uma carta Dom Pedro jurava:

“não fui à casa do grande nem do pequeno Boaventura”.

Dom Pedro sobre Maria Benedita de Castro

Numa noite, enquanto Maria Benedita estava voltando para casa de carruagem ela foi surpreendida com vários tiros disparados em sua direção. Felizmente ela não se feriu, mas seu veículo ficou totalmente perfurado. Ao invés de chamar a polícia, ela mandou um de seus criados avisar o Barão de Sorocaba sobre a tentativa de assassinato. Em carta a baronesa de Sorocaba dizia ter sido vítima de uma emboscada, na qual reconhecia um dos oficiais do regimento, que era amigo de Domitila, além disso, Maria Benedita suspeitava que seu próprio irmão José de Castro estava envolvido no crime.

O Barão de Sorocaba foi diretamente falar com o imperador sobre o ocorrido, ele suspeitava que tudo tinha sido a mando de Domitila. Após ficar sabendo do atentado, Dom Pedro I ficou furioso e acreditou que Domitila era a mandante do crime. Ordenou então que ela e seus irmãos fossem exilados na Europa, retirou imediatamente a guarda da Duquesa de Goiás e da recém nascida Maria Isabel, que foram morar com Dom Pedro no Paço de São Cristóvão.

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Algumas fontes indicam que Domitila só descobriu que Rodrigo Delfim Pereira era filho de Dom Pedro com sua irmã Baronesa de Sorocaba muitos anos depois. Então, o que teria motivado o crime? Já que Domitila não sabia do relacionamento amoroso entre Maria Benedita e Dom Pedro? Alguns historiadores defendem a versão de que na verdade tudo isso foi planejado como uma armadilha para Domitila, o objetivo era afastar a favorita do Imperador para tentar limpar a imagem da monarquia. Não sabemos como, mas no final Dom Pedro acabou acreditando na inocência de sua amante e voltaram seu relacionamento, mas dessa vez de uma forma disfarçada. Depois disso o Imperador se afastou de Boaventura Delfim.

No dia 12 de outubro de 1827, foi aniversário de Dom Pedro e o Imperador concedeu títulos e graças a quatro irmãos e mais de 30 parentes de Domitila, ele tinha muita consideração pela família de sua amante. Além disso ele conferiu a Ordem do Cruzeiro a todos os oficiais do Batalhão de São Paulo, pois eles cuidavam da segurança de Domitila.

O marquês de Barbacena, que nessa altura estava procurando uma princesa para se casar com o Imperador, exigiu que Domitila fosse afastada da corte, pois só assim poderia garantir aos reinos que Dom Pedro tinha cortado todas as relações com a amante. Em uma carta o imperador avisou a amante, no dia 13 de maio de 1828:

“O marquês de Barbacena é chegado, e sua vinda é motivada pela necessidade de me expor de viva voz os entraves que tem havido ao meu casamento em consequência de sua estada aqui na Corte, de onde se torna indispensável sair por este mês até ao meado do futuro junho, o mais tardar. […] Conheço o amor que a marquesa consagra à pátria e à minha família. Mas fique certa que esta é a minha derradeira resolução […]”

Carta de Dom Pedro a Domitila de Castro

Ao que Domitila respondeu:

“V. Majestade sabe mui bem que, se eu vou fazer este passeio, é só para lhe fazer a vontade. Não que eu tais tenções tivera de sair daqui para parte alguma. Assim, senhor, não posso ir para o mês que vem, sim nos princípios de julho. Não sou destas de saco às costas, já lhe faço esta vontade, e assim peço-lhe não me mortifique (notifique) mais.”

Carta de Domitila a Dom Pedro

Dom Pedro respondeu:

“[…] sai até dois do mês de julho, e por isso eu muito desejo que a marquesa saia pelo menos seis dias antes, o que vem a ser 26 de junho, porque muito convém que os que vão possam dizer “a marquesa já saiu”, e não “está para sair”.[…] Sustente sempre aquela palavra que uma vez der e não faças rodeios, veja bem a quem a dá e qual é a magnitude do negócio que é dependente do cumprimento de sua palavra.”

Carta de Dom Pedro a Domitila de Castro

A Marquesa replicou:

“Perdoe-me que lhe diga isto: eu não preciso de conselhos, não sou V. M., as minhas respostas são todas nascidas do meu coração. […] eu sempre disse que sairia no princípio de julho […]. Eu torno de novo a fazer esta vontade sairei até o fim deste mês que vem e Deus permita sejam todas as suas vontades feitas assim como eu as faço. Eu tive criação, sei conservar a minha palavra […]”

Carta de Domitila a Dom Pedro

Por fim, Barbacena só partiu para a Europa depois que Domitila foi banida para São Paulo sem levar suas filhas. Mais uma vez a Marquesa ficou longe de suas crianças. Tragicamente a caçula Maria Isabel acabou falecendo no dia 25 de outubro, longe de sua mãe, vítima de meningite.

A Marquesa de Santos escreveu uma carta a Dom Pedro, avisando que estava voltando a capital imperial, pois não aguentava mais ficar em São Paulo. O Imperador furioso respondeu em tom de ameaça:

“Uma pessoa que saiu do nada por meu respeito devia, por um reconhecimento eterno, fazer o que eu lhe tenho até pedido. […] eu lhe declaro, mui expressamente, que, se a marquesa se apresentar no Rio sem ordem minha, eu suspendo-lhe as mesadas, a ela e a toda pessoa de sua família que influi para este sucesso, bem como a demito de dama e privo de entrarem no Paço seus parentes.”

Carta de Dom Pedro a Domitila e sua família

Nesse período que Domitila estava exilada em São Paulo, Dom Pedro se evolveu com uma modista francesa casada chamada madame Clemence Saisset, que acabou engravidando. O imperador mandou que ela e seu marido fossem para a França, e providenciou uma pensão.

Sem esperanças sobre o segundo casamento, após ser rejeitado por mais de 5 princesas europeias, Dom Pedro acabou mandando chamar a Marquesa de Santos de volta para o Rio de Janeiro em abril.

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O imperador ansioso pela volta da amante decidiu seguir até Itaguaí, para encontrá-la mais depressa. Após o reencontro, o casal passou um bom tempo na Fazenda Imperial de Santa Cruz antes de seguirem para o Rio de Janeiro juntos.

Um diplomara francês relatou sobre o ocorrido: “A marquesa de Santos realmente retornou, como anunciei […]. Uma multidão de cortesãos correu para sua casa, com uma mesquinharia e cinismo […] para receber de volta aquela de quem eles tinham, não muito tempo antes, comemorado a desgraça com tanta alegria, e que, desde então, sempre gostavam de insultar.”

Relato de Pontois, um diplomata francês no Brasil

A entrada triunfal da Marquesa de Santos no Rio de Janeiro:

No dia 24 de maio de 1829, foi o aniversário da pequena Duquesa de Goiás. Nesse mesmo dia, às 15:00 horas uma imponente carruagem com o brasão da Marquesa de Santos entrou pelos portões da Quinta da Boa Vista. Domitila desceu da carruagem, usando um rico vestido, joias e anéis escritos em casa um Pedro I. A favorita usava um colar de diamantes, com o retrato de Dom Pedro I. Foi saudada por todos e os guardas lhe prestaram continências, como se a amante fosse a real imperatriz do Brasil. Dom Pedro a recebeu, vestido em sua farda de gala com todas as condecorações. A noite foi oferecido um grande banquete para mais de 50 pessoas, em seguida um baile aconteceu.

Mal sabia Domitila de Castro que sua felicidade duraria pouco, pois alguns dias depois o casamento por procuração entre Dom Pedro e Dona Amélia seria assinado na Europa. Após quase 3 anos de procura, os diplomatas tinham conseguido um bom casamento para o Imperador.

Após ver o retrato de sua noiva Amélia que era 15 anos mais jovem que Domitila, o imperador cortou todas as relações com a Marquesa e se mudou para uma residência localizada no Botafogo, tudo isso para evitar cair em tentação.

Domitila recebeu uma carta informando que o Imperador estava casado e que ela deveria ir embora do Brasil imediatamente. Dom Pedro deixou claro que compraria todas as suas propriedades e lhe pagaria trezentos contos de réis, uma fortuna para a época. Além disso o Imperador deixaria ela ficar com a mobília de todas as casas.

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Ao ler tal decreto Domitila ficou revoltada e disse que jamais deixaria o Brasil. Dom Pedro respondeu dizendo que se a Marquesa não saísse até o dia 27 de maio de 1829 ele anularia tudo o que tinha estabelecido anteriormente e deixaria apenas uma pensão equivalente a 1 conto de reis.

Preocupada com sua filha Isabel, Domitila perguntou ao imperador sobre a menina, ao que Dom Pedro respondeu que a menina ficaria bem e assim ficaria sempre, não sendo mais necessário pedir notícias. Ao que parece, Dom Pedro levou Belinha consigo para a propriedade no Botafogo, o imperador passou mais de um mês em companhia da menina, isso era uma despedida, pois a família de sua noiva exigia a saída da bastarda da corte. Dom Pedro decidiu mandar a menina para Europa estudar.

Tentando cortas todos os tipos de vínculos com a ex-amante, o imperador enviou para Domitila todos os presentes que tinha ganhado dela. Ordenou que todos os criados fossem retirados, que seus cavalos fossem devolvidos e que nenhum funcionário do Paço deveria visitá-la ou obedece-la.

A Marquesa de Santos, não queria de forma alguma voltar para São Paulo, o imperador ficou tão furioso que ameaçou anular a pensão e retirar todas as posses da ex-favorita.

Domitila de Castro finalmente tinha entendido, não teria chances de continuar na capital do Império. Então acabou negociando com o Dom Pedro I todas as suas chácaras, terrenos e casas. Ela vendeu tudo e partiu para São Paulo com toda sua família no dia 27 de agosto de 1829, levando consigo uma enorme quantia em dinheiro e uma criança em seu ventre. Nunca mais Domitila viu sua filha Isabel Maria a Duquesa de Goiás que foi mandada para a Europa.

Sua filha nasceu no dia 28 de fevereiro de 1830 e recebeu o nome de Maria Isabel de Alcântara e Bourbon, esse último nome inventado por Domitila, pois de início Dom Pedro se recusou a reconhecer a paternidade da criança, ele desconfiava que a menina não era sua filha.

Dizem que ao descobrir que Domitila estava grávida, Dom Pedro teria tentado esganá-la, mas não temos certeza se isso é verdade.

Chegando em São Paulo Domitila agora milionária não se abateu, decidiu seguir em frente e reconstruir sua vida. Logo se envolveu com um rico político fazendeiro chamado Rafael Tobias de Aguiar que era um dos homens mais ricos de São Paulo. Eles passaram a morar juntos sem casar antes, o que era algo muito mal visto na época. Por fim acabaram se casando em 1842. Com Rafael, Domitila teria mais 6 filhos. (cortar o áudio)

Chamados Rafael, João Gertrudes, Antônio, Brasílico e Heitor. Infelizmente Gertrudes morreu aos 4 anos, Antônio aos 6 anos e o caçula Heitor com apenas 4 anos.

Em 1834 Dom Pedro faleceu em Portugal, aos 35 anos. Em seu testamento deixou a maior parte do dinheiro para sua filha preferida a Duquesa de Goiás, além disso o ex-imperador também citou a pequena Maria Isabel, a qual tinha desconfianças, provavelmente ele deve ter se convencido que a menina era sua filha.

Dom Pedro pediu para que Dona Amélia mandasse buscar a pequena Maria Isabel no Brasil e educá-la na Europa. Assim que o ex-imperador faleceu, Amélia de Leuchtenberg entrou em contato com Domitila, para que a vontade de Dom Pedro fosse feita e sua última filha fosse educada na Europa junto com sua irmã mais velha, a Duquesa de Goiás. Entretanto, a Marquesa de Santos não respondeu as cartas de Dona Amélia, provavelmente Domitila não queria perder sua outra filha.

Domitila ficou viúva aos 60 anos de idade, quando sua mãe faleceu em 1859 ela decidiu comprar uma sepultura no Cemitério da Consolação, onde mandou construir uma capela. Muito se fala sobre a Marquesa de Santos ter sido a doadora das terras onde hoje se localiza o Cemitério da Consolação, mas a verdade é que ela apenas mandou construir a capela.

No fim de sua vida, ela se dedicou as obras de caridade, ajudou financeiramente na construção de hospitais e enfermarias, auxiliou no combate a fome no Cabo Verde. E por mais que não seja considerado uma caridade, ela fez doações para a Guerra do Paraguai e para a Guerra da Cisplatina.

Tornou-se uma figura importantíssima na sociedade paulista, foi a patrona das artes e da educação em São Paulo. Além disso a Marquesa se dedicou as obras filantrópicas, ajudando pobres e indigentes.

Em seus últimos anos, a Marquesa já idosa virou irmã leiga da Ordem Terceira do Carmo.

✎ Atenção: Você está autorizado a compartilhar o texto ou parte dele, desde que cite a fonte dessa forma: Texto publicado pela Professora Sabrina Ribeiro no Canal Apaixonados por História. Disponível em: (Cole o link do texto ou do vídeo aqui)

A Marquesa de Santos sofreu muitas perdas, no que diz respeito aos seus filhos. Das 14 crianças que deu a luz, Domitila enterrou 7.

Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos faleceu no dia 3 de dezembro de 1867 aos 60 anos, por conta de uma enterocolite aguda. Ela foi enterrada como freira no Cemitério da Consolação, onde tinha comprado três sepulturas. Nesse dia a cidade de São Paulo cobriu-se de luto.

Professora Sabrina Ribeiro

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FONTES, VÍDEOS & LIVROS USADOS NA PESQUISA:

D. Pedro: O homem revelado por cartas e documentos inéditos. Autor: Paulo Rezzutti. Editora: LeYa.

A Marquesa de Santos. Autor: Carlos Maul. Editora: De Ouro A Marquesa de Santos. Autor: Paulo Setúbal. Editora: Companhia Editora Nacional.

Blog Antiguinho: Cadeirinha de Arruar. Disponível em: http://antiguinho.blogspot.com/2017/09/cadeirinha-de-arruar.html

A Marquesa de Santos. Autor: Paulo Setúbal. Editora: Companhia Editora Nacional. Descoberto túmulo de filha de Dom Pedro, matéria de Edilson Veiga. Santo André. Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/biblioteca/bv/hemdig_txt/150806004m.pdf

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