DUQUESA DE GOIÁS: A FILHA PREFERIDA DO IMPERADOR D. PEDRO I — ISABEL MARIA DE ALCÂNTARA BRASILEIRA

Apaixonados por Historia
36 min readFeb 7, 2023

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Edição pertencente ao Canal Apaixonados por História, para usá-la dê os créditos.

Esse vídeo sobre a Duquesa de Goiás, será dividido em duas partes, a Parte I contará desde 1822 até 1826.

A Parte II contará desde 1826 até 1898. Você está assistindo a Parte I.

Em setembro de 1822, o Príncipe regente Dom Pedro saiu do Rio de Janeiro e seguiu em direção a São Paulo, nesse mesmo mês aconteceu um dos momentos mais importantes da história de nosso país, a Independência do Brasil.

Foi nessa viagem política a São Paulo que o jovem príncipe conheceu a senhora Domitila de Castro Canto e Melo, ela era filha do militar João de Castro Canto e Melo e de Dona Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, ambos descendentes de famílias da elite paulista. Domitila de Castro nessa altura contava com 25 anos e já tinha dado a luz a três filhos, frutos de seu primeiro casamento que não tinha dado certo.

Se você quiser saber mais sobre essa história, assista o vídeo: DOMITÍLA DE CASTRO (PARTE I) MARQUESA DE SANTOS.

Ela estava aguardando o processo de divórcio quando conheceu o então príncipe regente Dom Pedro de Alcântara, que no dia 7 de setembro de 1822 proclamou a Independência do Brasil e tornou-se o Imperador Dom Pedro I.

✎ Atenção: Você está autorizado a compartilhar o texto ou parte dele, desde que cite a fonte dessa forma: Texto publicado pela Professora Sabrina Ribeiro no Canal Apaixonados por História. Disponível em: (Cole o link do texto ou do vídeo aqui)

Pois bem, assim que Dom Pedro I conheceu Domitila eles se apaixonaram e tiveram um relacionamento extraconjugal. O imperador fez questão que Titília se mudasse com seus dois filhos e sua família para a capital imperial, o Rio de Janeiro. A filha mais velha de Domitila nessa época chamava-se Francisca e contava com 9 anos de idade, o segundo filho chamava-se Felício e contava com 6 anos, e o caçula chamava-se João, mas havia falecido em 1818.

Vale lembrar que o monarca em 1822, já estava casado com a Princesa Leopoldina de Habsburgo-Lorena, desde 1817 e contavam com quatro filhos juntos. (A mais velha era a Princesa Maria da Glória que contava com 3 anos, o segundo era o Príncipe João Carlos que havia nascido em 1821 e falecido naquele mesmo ano de 1822, a terceira era a Princesa Januária, que havia nascido em março de 1822 e a quarta era a Princesa Paula Mariana que estava no ventre de sua mãe, a Imperatriz Leopoldina.)

Logo, Dom Pedro I pediu que sua amante se mudasse para o Rio de Janeiro e ela descobriu que estava grávida, entretanto a criança não sobreviveu, alguns historiadores dizem que Domitila sofreu um aborto e outros acreditam que a criança nasceu morta. Seja como for, a morte do primeiro filho de Dom Pedro I com Domitila de Castro não esfriou o relacionamento do casal, e em meados de agosto de 1823 Domitila engravidou novamente.

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No dia 23 de maio de 1824 nasceu na cidade do Rio de Janeiro uma linda bebezinha, que recebeu o nome de Isabel Maria de Alcântara Brasileira. Entretanto Dom Pedro I não poderia assumir a paternidade da menina publicamente, pois isso seria um escândalo perante a sociedade e a corte da época. Domitila também não poderia revelar que era a mãe da recém-nascida, pois seria algo considerado imoral para a sociedade, tendo em vista que Titília estava divorciada.

Dessa forma, o Imperador e sua amante decidiram criar uma história para tentar disfarçar o nascimento da filha bastarda. Junto aos pais de Domitila que estavam morando no Rio de Janeiro eles inventaram uma mentira. O Coronel João de Castro e sua esposa Dona Escolástica, disseram as pessoas da corte que alguém havia abandonado na porta de sua casa uma linda bebezinha a qual o Imperador comovido com a situação decidiu adotar a pobrezinha. Por mais que a família Castro contasse essa mentira, todos sabiam que Domitila e Dom Pedro I tinham um caso, até mesmo a Imperatriz Leopoldina sabia das infidelidades de seu marido.

A menina foi batizada no dia 31 de maio de 1824 na Igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho, registrada como criança abandonada e filha de pais incógnitos, entretanto, teve Dona Escolástica e o Coronel João de Castro como padrinhos.

Ao ficar sabendo do nascimento de uma filha de Domitila com o Imperador, Felício o ex-marido abusador de Titília escreveu uma certa ofendendo sua ex-mulher. Dom Pedro I ao saber disso, fez questão de ir a feitoria de Periperi onde Felício trabalhava e dar um tapa na cara do ex-marido de sua amante, além disso, o monarca prometeu espancá-lo caso tocasse no nome de Isabel Maria e Domitila novamente.

Vale lembrar que a Imperatriz Dona Maria Leopoldina era uma mulher muito amada pelo povo brasileiro, ela era reconhecida por suas obras de caridades e admirada por sua generosidade, Leopoldina era respeitada pelo povo. A população carioca odiava Domitila que demonstrava cada dia mais sua arrogância e soberba, mas a corte tratava a amante muito bem, tendo em vista que os nobres queriam agradar o Imperador.

No dia 4 de abril de 1825 foi aniversário da filha mais velha de Dona Leopoldina e Dom Pedro I, chamada Princesa Maria da Glória, futura Rainha Maria II de Portugal. Nesse dia, muitas pessoas receberam presentes e graças dos imperadores, na lista de pessoas beneficiadas estava o nome de Domitila de Castro que foi nomeada como dama camarista da Imperatriz Leopoldina. Com essa elevação de posição na sociedade, Domitila teria o direito de acompanhar D. Leopoldina em todos os compromissos, além disso, a amante sempre teria um lugar de honra reservado após os imperadores, seja no teatro, na igreja ou em qualquer outro evento público. Estava claro para todos que dentre tantas amantes, Domitila era a favorita de Dom Pedro I.

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Como dama camarista, a amante oficial teria o direito e o dever de conviver com os monarcas, auxiliando nos trabalhos do Palácio de São Cristóvão por pelo menos uma semana de cada mês.

Durante esse período Isabel Maria foi criada por seus avós maternos. E logo Domitila engravidou novamente em meados de abril de 1825.

No dia 12 de outubro de 1825 foi aniversário de 27 anos de Dom Pedro I, mas quem ganhou o presente foi Domitila de Castro, que conseguiu o título nobiliárquico de Viscondessa de Santos. O Imperador alegou ter dado tal título por conta de seus “distintos méritos e serviços” prestados.

No dia 2 de dezembro de 1825 Dona Leopoldina deu a luz a um lindo menino, que recebeu o nome “Pedro de Alcântara”, futuro Imperador Dom Pedro II. Cinco dias depois, no dia 7 de dezembro de 1825, a Viscondessa de Santos, Domitila de Castro deu a luz a um menino também, que recebeu o nome de “Pedro de Alcântara Brasileiro”. O Imperador ficou tão feliz com o nascimento de seus dois filhos homens, que pensou em entrar na igreja carregando os dois meninos nos braços para o batismo, mas ele foi desaconselhado a fazer isso por seus amigos, que acharam que seria um escândalo perante a moral e os bons costumes. Pedro Brasileiro, o filho bastardo de Domitila com o Imperador, acabou sendo batizado na Igreja de São Francisco Xavier, no Engenho Velho, como criança abandonada e filho de pais incógnitos. Entretanto Dom Pedro I, jurou intitular o menino bastardo como primeiro e único Duque de São Paulo.

Em fevereiro de 1826 a família imperial, composta por Dom Pedro I, Dona Leopoldina e a Princesa Maria da Glória, partiram para uma viagem política ao nordeste do Brasil, como era de se esperar e para o escândalo da população, a amante foi junto.

As Princesas Januária, Paula Mariana, Francisca e Pedrinho ficaram no Palácio de São Cristóvão.

Se você quiser saber mais sobre esse episódio, então assista o vídeo A VIAGEM DA FAMÍLIA IMPERIAL À BAHIA — 1826

Durante toda a viagem, Dom Pedro I fazia questão de saber tudo o que acontecia com seus filhos legítimos e bastardos, ele era um pai muito preocupado e deixou seus filhos sob os cuidados de pessoas de sua confiança.

Isabel Maria e seu irmão recém-nascido ficaram sob tutela de seus avós maternos, mas infelizmente seu irmãozinho Pedro de Alcântara Brasileiro acabou falecendo. Dom Pedro I e Domitila foram avisados através de uma carta enviada por Dona Escolástica sobre a morte precoce do menino, falecido no dia 13 de março de 1826. A família voltou para a capital imperial no dia 1º de abril de 1826.

Nas cartas trocadas entre os amantes Dom Pedro I chamava Isabel Maria de “Belinha” ou “Nossa Belinha”. Ele demonstrava muito carinho e preocupação com a menina. O pai enviava “frutas”, “pães de ló” e um famoso “bolo de cutia” que Isabel adorava. Quando a garota adoecia ele era o primeiro a procurar receitas e enviar remédios. Todos os dias Dom Pedro I perguntava aos responsáveis sobre a saúde e bem-estar de sua filha.

Isabel Maria parecia uma boneca, usava vestidos delicados, sempre estava arrumada e sob seus cabelos escuros ela usava tiaras cravejadas de diamantes. Seu pai fazia questão que a menina usasse joias compostas por esmeraldas, safiras, rubis e toda sorte de pedras preciosas.

Dom Pedro I demonstrava preocupação sobre o tipo de educação que Isabel Maria receberia e certa vez chegou a falar para Domitila que “Isabel Maria seria de mecê […] até ter idade de aprender”. Ou seja, o Imperador deixava claro que Domitila não seria a responsável pela educação de sua filha e que quando ela crescesse seria afastada de sua mãe.

Depois de muita insistência de Titília, o Imperador decidiu reconhecer a paternidade de Belinha, exatamente no aniversário de dois anos da pequena, no dia 23 maio de 1826. Sobre o caso o Barão de Mareschal escreveu:

“Há muito tempo que a senhora viscondessa de Santos trabalhou neste caso, Sua Majestade recusava, mas, provavelmente, a morte do filho que ele teve com essa dama […] tê-lo-ia feito arriscar agora esse ato.”

Para que a menina fosse reconhecida, o termo de batizado deveria ser refeito, mas o Bispo D. José Caetano da Silva Coutinho impediu que rasgassem a página do batizado de Belinha para que fizessem uma nova página onde incluiriam Dom Pedro I como pai.

O Imperador diante da situação, fez um decreto ministerial onde reconhecia a paternidade perante vários ministros. No decreto podemos ler:

Declaro que houve uma filha de mulher nobre e limpa de sangue (uma mulher não judia), a qual ordenei que se chamasse dona Isabel Maria de Alcântara Brasileira e a mandei criar em casa do gentil homem da minha Imperial Câmara João de Castro Canto e Melo. E para que isto a todo o tempo conste, faço esta expressa declaração, que será registrada nos livros da Secretaria de Estados dos Negócios do Império, ficando o original em mão do mesmo gentil homem da Imperial Câmara para ser devidamente entregue à dita minha filha como seu título. Palácio do Rio de Janeiro, vinte e quatro de maio de mil oitocentos e vinte seis, quinto do Império e da Independência.

Na nova certidão aparecia agora apenas o nome do pai, o nome da mãe não foi revelado. Com essa publicação Dom Pedro I dava certeza a todos de seu adultério.

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O Imperador, não parou por aí, além de reconhecer a filha bastarda perante a sociedade, ele concedeu a pequena Isabel Maria na época com 2 anos de idade o título nobiliárquico de Duquesa de Goiás. O título de Duque ou Duquesa era dado somente a membros da família imperial ou a pessoas que tivessem prestados valorosos serviços a nação.

Com esse título a pequena Isabel Maria não deveria se curvar a nenhum barão, conde, visconde ou marques, pelo contrário, essas pessoas deveriam fazer reverência ao verem a Duquesinha. Até mesmo Domitila deveria se curvar perante a filha. A menina só deveria fazer reverência perante seus irmãos príncipes e princesas, ao Imperador Dom Pedro I e a Imperatriz Dona Leopoldina.

Os jornais Diário Fluminense e Spectador Brasileiro fizeram publicações parabenizando e elogiando Dom Pedro I por ter reconhecido a filha bastarda publicamente.

Nas publicações os jornalistas citaram outros casos semelhantes com o de Dom Pedro I, como o Rei Henrique IV que também tinha uma amante pública, chamada Gabriela de Estrées, que recebeu o título de Marquesa de Montceaux e teve dois filhos reconhecidos com o rei francês.

E o Rei Luiz XIV, que dentre muitas amantes, teve uma favorita chamada Francisca Atenas, que recebeu o título de Madame de Montespan. Juntos tiveram mais de cinco filhos reconhecidos publicamente perante a sociedade francesa.

Dom Pedro I não foi o primeiro nem o último monarca a ter amantes intituladas e reconhecidas publicamente.

O povo brasileiro a cada dia que passava sentia mais raiva por toda humilhação que a amada Imperatriz Leopoldina passava, pois ela era uma das poucas pessoas a se importarem com o povo, chegando ao ponto de vender suas joias para ajudar famílias pobres e enfermos.

No dia 24 de maio de 1826 foi preparada uma grande festa em comemoração do aniversário da Duquesa de Goiás no novo luxuoso Palacete que Dom Pedro I tinha dado a amante, distante menos de 1 quilômetro do Palácio de São Cristóvão. Ao meio-dia os convidados começaram a chegar para a comemoração do título que Belinha tinha recebido de seu pai. Todos os figurões da elite estavam presentes, ministros, secretários, condes, barões, viscondes e militares.

Durante a festa o Imperador apareceu com sua guarda de honra e foi recebido pelo avô da menina, o Coronel João de Castro que estava com sua neta nos braços.

Depois da leitura do decreto e da comemoração, Dom Pedro I perguntava a todos se já tinham ido beijar a mão de sua filha? E pedia para que a menina estendesse a mãe para que as pessoas beijassem e fizessem reverência.

“Vosmicê já beijou a mão da Duquesa de Goiás?”

“Belinha, estenda a mão para o ministro.”

Durante a festa, o Imperador ficou em uma mesa com a Duquesinha, enquanto Domitila e sua família ficaram em uma mesa ao lado. A partir desse dia, Isabel Maria seria considerada uma Alteza Imperial e deveria conviver no Palácio ao lado de seus irmãos príncipes e princesas, além de receber a mesma educação que os pequenos monarcas recebiam na Quinta da Boa Vista.

Nesse dia a Imperatriz Dona Leopoldina, que já demonstrava estar depressiva, passou o dia inteiro fora. Dizem que Dom Pedro I chegou até mesmo a convidar sua esposa para a festa de aniversário de sua filha bastarda.

No dia 29 de maio de 1826, a Duquesa de Goiás foi levada ao Palácio de São Cristóvão e apresentada formalmente pelo Coronel João de Castro à Imperatriz Leopoldina.

Dizem que Dona Leopoldina beijou a duquesinha e disse emocionada “Tu não tens culpa… Tu não tens culpa”

Segundo o diplomata espanhol Delavat y Ricón, Dona Leopoldina manteve sua compostura perante a situação, mas depois se trancou em seu quarto e passou a noite inteira chorando.

Mesmo depois de tantas humilhações, a Imperatriz do Brasil continuou a tratar Domitila de forma amigável, o que deixava todas as pessoas assustadas com a frieza e paciência da monarca.

Nesse mesmo ano o Imperador Dom Pedro I ordenou que construíssem um navio de guerra chamado Duquesa de Goiás, em homenagem a sua filha preferida.

O reconhecimento de Isabel como filha e os títulos que amante e sua família recebiam eram motivo de grande tristeza para a Imperatriz, que a cada dia se sentia mais sozinha, humilhada e abandonada por seu marido.

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A família imperial convivia com a família da amante como se fosse a situação mais natural do mundo. O barão de Mareschal, embaixador austríaco no Brasil deixou registrado sobre a situação:

A 29 de junho (de 1826) festejou-se D. Pedro em casa do veador da
Imperatriz (…). D. Pedro, D. Leopoldina, as jovens princesas, lá passaram
o dia em companhia da viscondessa de Santos (Domitila de Castro), da (Duquesa de) Goiás, sua mãe, seu
avô e todo o resto da família materna. A despeito dessa estranha mistura, o dia passou tão alegre e tão tranquilamente como se a poligamia
estivesse legalmente estabelecida no país
.

Dom Pedro I passava mais tempo no Palacete de sua amante do que no Palácio de São Cristóvão. Ele fazia passeios em carruagem ao lado de sua querida filha Duquesa de Goiás que também era muito apegada ao pai. Sobre isso, o embaixador austríaco escreveu:

A ligação do imperador com a amante é cada vez mais forte. Ele passeia frequentemente na cidade com a (Duquesinha de) Goiás.

Parece que no meio do ano 1826, Isabel Maria adoeceu e Dom Pedro I ficou muito preocupado com a saúde da menina. Domitila desesperada, acabou fazendo uma promessa em prol do restabelecimento de sua filha, e logo depois Belinha se recuperou.

Sobre o fato Mareschal registrou:

“(A Duquesa de Goiás) foi publicamente com a mãe na alfândega e assistiu a 31 de julho, com a imperatriz e com a rainha de Portugal, A uma festa religiosa por motivo de uma promessa da (Viscondessa de) Santos pelo restabelecimento da saúde da filha. S.S. M.M. foram acompanhados da guarda de honra o que só acontece em grandes ocasiões.”

Depois que Belinha foi curada, Dom Pedro I ficou tão feliz que decidiu passar férias em companhia da Duquesinha, junto a amante e sua família na Fazenda Imperial de Santa Cruz. Juntos, partiram no dia 3 de agosto de 1826.

Sua Majestade partiu em 3 de agosto acompanhado da viscondessa e sua família para Santa Cruz, donde ainda não voltou; nem a S. M. a Imperatriz, nem camareiros, ministros ou secretários tiveram autorização para os acompanhar. Todos os negócios parados porque ninguém pode decidir as menores coisas sem ser por ordem sua. Tal ausência no momento mostra o quão longe vai o poder da amante. -Barão de Mareschal — Diplomata austríaco

Como já dissemos, a Duquesa de Goiás passou a ser criada e educada junto a suas meias-irmãs, as Princesa Maria da Glória, futura Rainha de Portugal, a Princesa Januária, a Princesa Paula Mariana, a Princesa Francisca e o caçula Pedrinho, futuro Dom Pedro II.

As crianças brincavam juntas na Quinta da Boa Vista e o Imperador Dom Pedro I sempre saia em defesa da Duquesa de Goiás quando acontecia alguma briga entre as crianças no Palácio.

[…] Pequenos incidentes sempre foram provocados pelas crianças, visto o Imperador mostrar-se às vezes ríspido com as jovens princesas e com muita parcialidade com a filha natural (Isabel Maria). -Barão de Mareschal

Uma história é contada até hoje, não sabemos se é verdade, mas dizem que em uma ocasião a Princesa Paula Mariana teria esbarrado sem querer na Duquesa de Goiás e feito sua meia-irmã cair no chão, lembrando que ambas possuíam três anos de idade na época. Por conta disso, Dom Pedro I teria batido na Princesa Paula Mariana que ficou traumatizada. Depois disso, sempre que Isabel Maria aparecia, Paula fugia e se escondia atrás de suas criadas.

A primogênita Princesa Maria da Glória, que nessa época já era Rainha de Portugal, não se dava muito bem com sua meia-irmã Isabel Maria. Acontece que a rainhazinha era uma criança muito precoce e entendia muito bem toda a situação que acontecia no meio de sua família. Ela sabia o quanto a presença da amante de seu pai e da Duquesa de Goiás faziam mal a sua mãe que já não se encontrava nada bem de saúde psicológica.

A viajante inglesa Maria Graham relatou:

(que a Duquesa de Goiás era a causa de) grande agravo à Imperatriz e ocasionou uma explosão de mau humor de Dona Maria (da Glória), agora Rainha de Portugal […] Quando alguns anos depois esta meninazinha foi apresentada no palácio, o Imperador determinou que ela deveria jantar com Dona Maria (da Glória). A princesa recusou a sentar-se à mesa com a que ela chamava de “a Bastarda”. O Imperador insistiu e ameaçou dar em D. Maria uma bofetada, ao que se voltou ela orgulhosamente para ele e disse:

“Uma bofetada! Com efeito! Nunca se ouviu dizer que uma Rainha, por direito próprio, fosse tratada com uma bofetada.”

A Princesa Maria da Glória ignorava e evitava contato com sua meia-irmã. Na época a Rainha tinha sete anos e a Duquesa 3. Segundo Julius Mansfeldt:

“O imperador tomou o assunto para si e provou à sua filha, muitas vezes com a mão levantada, que toda posição tinha seu valor e que não procurava o mérito no nascimento.”

A Imperatriz Leopoldina recebia a Duquesa de Goiás e a amante de seu marido de forma amigável no palácio. Quando a menina ia fazer reverência e cumprimentar a monarca, Dona Leopoldina dava-lhe um beijo na face e a chamava carinhosamente de “minha filha”. Assim que a duquesinha e Domitila se retiravam, Dona Leopoldina dizia às pessoas que estavam ao seu redor:

“tudo posso sofrer e tenho sofrido, menos ver essa menina a par de meus filhos; e estremeço de raiva quando a vejo; é o maior dos sacrifícios recebê-la”

A família Castro estava totalmente infiltrada no Palácio de São Cristóvão e faziam grande influência na vida de Dom Pedro I. O monarca tinha muita consideração pelos pais e irmãos de Domitila, que receberam muitos bens e títulos do Imperador.

No dia 12 de outubro de 1826, foi aniversário de Dom Pedro I, mas quem ganhou novamente o presente foi Domitila, sendo elevada a Marquesa de Santos. O Imperador justificava o título dado a amante, por conta dos serviços prestados por Domitila referente à criação da Duquesa de Goiás. A humilhação era imensa para Dona Leopoldina que nesse período já sofria com crises de ansiedade e depressão.

De fato, a pequena Isabel Maria era uma criança muito amável, educada e carinhosa, como a própria D. Leopoldina afirmava, a criança não tinha culpa do erro dos pais.

O Coronel João de Castro também foi elevado a Visconde por Dom Pedro I em outubro de 1826, mas não deu tempo do pai de Domitila usufruir de sua nova posição social, pois alguns dias depois o Visconde de Castro acabou sofrendo um acidente vascular cerebral.

Dom Pedro I ficou tão abalado com a doença do pai de sua amante, que se esqueceu totalmente de sua esposa e de seus filhos, passando um mês inteiro na casa da amante, cuidando do “sogro” entre aspas. Nessa época Domitila acabou engravidando novamente. Dom Pedro I e Dona Leopoldina acabaram discutindo por causa da ausência do monarca em casa. A Imperatriz ameaçou partir para Áustria de volta a sua terra natal, mas o Imperador se ajoelhou e chorando, abraçando as pernas da esposa pediu desculpas.

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Por fim, o Visconde João de Castro acabou falecendo no dia 2 de novembro de 1826, com isso Belinha perdeu seu avô que a amava tanto.

Nessa altura Dona Leopoldina que também estava grávida, mas em um estado de depressão profunda, acabou sofrendo um aborto por conta de uma infecção uterina ou puerperal, provavelmente pela falta de assepsia dos médicos que ainda não tinham o conhecimento sobre a importância de lavar as mãos antes de fazer um exame de toque.

A Imperatriz que sofria dos nervos em um momento de delírio começou a acusar a Marquesa de Santos e os médicos de envenenamento, e pedia que afastassem a Duquesa de Goiás do palácio e da presença de seus filhos.

A Imperatriz acabou falecendo no dia 11 de dezembro de 1826, aos 29 anos de idade. Dom Pedro I, não estava no Rio de Janeiro, ele havia partido para o Sul do Brasil para resolver a questão da Província Cisplatina e lá ficou sabendo da morte de sua fiel esposa.

Se você quiser saber mais detalhes, então assista o vídeo: O MAIOR FUNERAL DO BRASIL — A MORTE DA IMPERARIZ LEOPOLDINA

Com a morte de Dona Leopoldina, a Marquesa de Santos pensou que Dom Pedro I iria se casar com ela e que ela poderia ser a nova Imperatriz do Brasil, mas isso não aconteceu, pois após a morte de Dona Leopoldina o relacionamento entre Dom Pedro I e a Marquesa começou a esfriar.

No dia 23 de maio de 1827, foi realizada uma grande festa em comemoração do aniversário de 3 anos da Duquesa de Goiás. Durante a festa, Dom Pedro I parecia aéreo, distante e triste. Em dado momento da festa, o Imperador sumiu e a Marquesa de Santos começou a procurá-lo por todos os cômodos do palácio de São Cristóvão. Encontrou o Imperador em um salão, abraçado a um retrato de D. Leopoldina e chorando muito.

Os diplomatas precisavam encontrar uma noiva para Dom Pedro I, pois não era bem-visto que o Imperador ficasse sozinho por muito tempo, para isso era necessário que Dom Pedro terminasse o relacionamento com a Marquesa de Santos, mas como ela estava grávida, o Imperador temia pela saúde da criança e de sua amante e se recusou a mandar Domitila para São Paulo grávida no sétimo mês de gestação. Quanto a Duquesa de Goiás, o Imperador afirmava que não viveria sem sua filhinha. Dessa forma, Dom Pedro I terminou o relacionamento com Domitila pela primeira vez no dia 21 de junho de 1827, mas deixou que a amante continuasse morando no Rio de Janeiro até o nascimento da criança.

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A Marquesa de Santos deu à luz a sua quarta filha com Dom Pedro I no dia 13 de agosto de 1827, a criança foi batizada como Maria Isabel de Alcântara Brasileira, nome semelhante ao de sua irmã, Dom Pedro I prometeu intitular a menina como Duquesa do Ceará.

Nesse meio tempo, Domitila de Castro descobriu que Dom Pedro I estava tendo um caso amoroso com sua irmã, chamada Maria Benedita de Castro. Dizem que a Marquesa ficou tão furiosa que planejou um atentado contra a vida de sua irmã mais velha.

Após ficar sabendo da tentativa de assassinato contra Maria Benedita ocorrido no dia 22 de agosto de 1827, Dom Pedro I ficou furioso e acreditou que Domitila era a mandante do crime. Ordenou então, que ela e alguns de seus irmãos que também estavam envolvidos embarcassem para a Europa, o Imperador retirou imediatamente a Duquesa de Goiás e a recém-nascida Maria Isabel dos cuidados de sua mãe, as meninas foram morar com Dom Pedro I no Paço de São Cristóvão ao lado de seus irmãos príncipes e princesas.

Não sabemos como, mas no final Dom Pedro I acabou acreditando na inocência de sua amante e voltaram seu relacionamento, mas dessa vez de uma forma disfarçada, pois o povo odiava Domitila e a culpavam pela morte da amada imperatriz Leopoldina. Eles fingiam que não estavam mais juntos e que tinham terminado o relacionamento, mas se encontravam as escondidas a noite, tudo isso para que os diplomatas europeus acreditassem que o Imperador tinha mudado.

Enquanto isso, o Marquês de Barbacena fazia um trabalho muito difícil na Europa, ele deveria conseguir uma nova esposa para o Imperador, porém essa missão era quase impossível, pois na Europa Dom Pedro I era mal visto por conta de seu relacionamento extraconjugal com a Marquesa de Santos e pelas humilhações que a arquiduquesa austríaca Leopoldina havia sofrido no Brasil, nenhuma princesa europeia queria se casar com Dom Pedro I.

Se você quiser saber mais sobre essa história, então assista o vídeo: DOM PEDRO I FOI REJEITADO POR PRINCESAS EUROPÉIAS?

No dia 12 de outubro de 1827, foi aniversário de Dom Pedro I e o Imperador concedeu títulos e graças a quatro irmãos e mais de 30 parentes de Domitila. Estava claro para todos, que o relacionamento entre os amantes não tinha terminado.

No dia 25 de outubro de 1827 a caçula Maria Isabel acabou falecendo aos 2 meses de vida, vítima de meningite, Dom Pedro I e Domitila ficaram muito tristes.

O Marquês de Barbacena exigiu que a Marquesa de Santos saísse da capital, pois só assim poderia garantir aos reinos europeus que o relacionamento entre Dom Pedro I e a amante tinha terminado. Domitila de Castro resistiu por muito tempo e disse que jamais voltaria para São Paulo, por fim ela acabou sendo banida para sua terra natal no dia 26 de junho de 1828. Dom Pedro I não autorizou que a Marquesa de Santos levasse a Duquesa de Goiás consigo e Isabel Maria ficou morando no Palácio de São Cristóvão ao lado de seus irmãos.

Em julho a Marquesa já dava sinais de que não aguentava mais ficar em São Paulo, lembrando que nessa época a cidade era apenas uma província pacata com ruas de terra e rodeada por chácaras. Impaciente Domitila enviou uma carta ao Imperador dizendo que iria voltara ao Rio de Janeiro. Dom Pedro I respondeu de forma grosseira, não autorizando a volta de Domitila.

A verdade era que o Imperador estava sem esperanças quanto ao seu segundo casamento, pois já havia recebia mais de cinco negativas perante suas propostas de casamento.

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Depois de receber um não da Princesa da Dinamarca e de mais 8 princesas, Dom Pedro I depois de um tempo acabou mandando chamar a Marquesa de Santos de volta para o Rio de Janeiro em abril de 1829. Sobre a situação o melhor amigo do Imperador escreveu:

“[…] o contratempo com a Dinamarca excitou novamente em nosso Amo a Paixão (nunca sufocada) pela marquesa, e já a mandou buscar” -Chalaça

O Imperador estava tão ansioso para reencontrar sua amante, que foi até Itaguaí esperar pela Marquesa no caminho. Assim que ela chegou, o casal seguiu para a Fazenda Imperial de Santa Cruz e ficaram lá matando a saudade por um tempo.

Dizem que durante o reencontro, o monarca percebeu que sua amante estava grávida, Dom Pedro I desconfiava que a criança no ventre de Domitila não era filha dele e durante uma discussão tentou enforcá-la, mas não sabemos se essa história é verídica.

No dia 23 de maio de 1829, foi o aniversário da pequena Duquesa de Goiás. Nesse mesmo dia, às 15:00 horas uma imponente carruagem com o brasão da Marquesa de Santos entrou pelos portões da Quinta da Boa Vista. Domitila desceu da carruagem, usando um vestido luxuoso e joias onde podia-se ler PI, abreviação do nome Dom Pedro I. Além disso, a favorita usava um colar de diamantes, com o retrato de Dom Pedro I. Ela foi saudada por todos e os guardas lhe prestaram continências, como se a Marquesa de Santos fosse a real imperatriz do Brasil. Dom Pedro I recebeu sua amante oficial, vestido em uma farda de gala com todas as condecorações. A noite foi oferecido um grande banquete para mais de 50 pessoas, em seguida um grande baile aconteceu.

Durante a festa de gala, todos os nobres e cortesãos comentavam “A Marquesa voltou” “A favorita está de volta” e Domitila sentia-se em seu auge no Império.

A alegria da Marquesa de Santos durou pouco, pois no dia 30 de maio de 1829, foi confirmado o casamento entre Sua Alteza Imperial o Imperador e a princesa bávara Amélia de Leuchtenberg. Depois de quase 3 anos de procura finalmente os diplomatas conseguiram achar uma esposa para Dom Pedro I.

A Princesa Amélia era neta-adotiva de Napoleão Bonaparte e contava com 17 anos na altura do casamento. Ela era 15 anos mais jovem que Domitila.

Assim que o Imperador viu o retrato de apresentação da Princesa Amélia ele se apaixonou instantaneamente e se afastou de Domitila.

Dom Pedro I enviou um decreto pedindo que a Marquesa de Santos saísse o quanto antes do Brasil, que ele concederia uma pensão vitalícia para ela e a recompensaria pelos serviços prestados. Ao ler tal decreto Domitila ficou revoltada e disse que jamais deixaria o Brasil. O Imperador respondeu dizendo que se a Marquesa não saísse o mais rápido possível ele anularia tudo o que tinha estabelecido e deixaria apenas uma pensão equivalente a 1 conto de reis.

Para não cair em tentação, o Imperador se mudou com sua filha Duquesa de Goiás, para um casarão localizado no Botafogo, acontece que isso era uma despedida, pois a família da Princesa Amélia tinha exigido que Isabel Maria fosse afastada da corte. Vale lembrar que a Princesa Amélia não sabia da existência dessa menina, ela só descobriu que Dom Pedro I tinha filhas e filhos bastardos muitos anos depois. Entretanto, como dissemos, a família de Amélia sabia da existência da menina e exigiu que ela fosse afastada da corte.

A Marquesa de Santos ao perceber que o Imperador tinha se afastado enviou uma carta perguntando sobre a saúde da Duquesa de Goiás. Dom Pedro I respondeu de forma grosseira, dizendo que Belinha estava bem, permaneceria bem e que não era necessário mais perguntar sobre a menina.

Domilita de Castro vendeu todas suas propriedades, chácaras e casas para Dom Pedro e partiu grávida para São Paulo no dia 27 de agosto de 1829. Nunca mais a Marquesa de Santos veria sua filha Duquesa de Goiás novamente.

A Imperatriz Amélia desembarcou no Rio de Janeiro no dia 15 de outubro de 1829 e com o coração partido, Dom Pedro I deixou Isabel Maria no Palacete da Praia Grande. Deixou a menina com pessoas de sua confiança e damas para cuidar da filha bastarda.

A família da Imperatriz Amélia mandou ao Brasil, seu irmão o Duque Augusto, para assegurar a família que a Duquesa de Goiás e Domitila realmente não estavam mais morando no Palácio de São Cristóvão.

Em carta a família, o Duque Augusto escreveu que teria agradecido a Dom Pedro I por ter banido Domitila e afastado a bastarda da corte, pois “a desinformada Amélia teria ficado, com certeza, muito espantada se tivesse encontrado tal criança em sua casa”

✎ Atenção: Você está autorizado a compartilhar o texto ou parte dele, desde que cite a fonte dessa forma: Texto publicado pela Professora Sabrina Ribeiro no Canal Apaixonados por História. Disponível em: (Cole o link do texto ou do vídeo aqui)

Depois de pesquisar muito, o Imperador decidiu mandar Belinha para um colégio de freiras localizado na França chamado Ecole du Sacré-Coeur. Com o coração partido ele se despediu de Isabel Maria e a colocou no navio com destino à Paris no dia 25 de novembro de 1829. Ele fez tudo isso, escondido de Dona Amélia que nem sonhava que Isabel Maria existia.

A Duquesinha embarcou, aos 5 anos de idade para a França, sem nunca mais voltar ao Brasil e sem nunca mais ver sua mãe. Junto com Isabel Maria, Dom Pedro I mandou pessoas de sua confiança e uma carta ao Visconde de Pedra Branca, com as recomendações de que a instrução da Duquesa de Goiás deveria ser “a melhor possível para fazer uma freira, com a menor despesa possível, sem contudo faltar à decência devida a uma filha de S.M.I., posto que bastarda”. Ou seja, o Imperador planejava que a Duquesa de Goiás tornasse freira.

Foi dito a menina a partir desse dia que ela era filha do Imperador Dom Pedro I e que sua mãe havia falecido no parto, portanto ela era filha apenas dele. Vale lembrar que a Duquesa de Goiás foi afastada de sua genitora quando tinha apenas 5 anos e logo esqueceu suas lembranças com sua mãe e com a família Castro. Passando a acreditar que sua mãe era uma mulher desconhecida que havia falecido no parto.

Durante a viagem de navio, aconteceram muitas tragédias e desastres, o navio passou por uma grande tempestade em alto-mar o que danificou as velas da embarcação, no decorrer de nove dias seguidos o barco vagou perto do porto de Brest, sem conseguir ancorar por conta dos fortes ventos contrários. Depois disso aconteceu um surto de febres entre os tripulantes e a duquesa passou a reclamar de dores no peito. O Visconde de Almeida, que era o responsável pela menina, diante de tantas adversidades decidiu mudar o curso da viagem para Plymouth na Inglaterra. Chegando lá no dia 08 de fevereiro de 1830, três meses após zarparem do Brasil.

A Duquesa de Goiás foi recebida pelo lorde Northesk e depois partiu junto a sua comitiva para Londres, onde foi recebida por Mello Mattos, um súdito de Dom Pedro I. Os diplomatas que apoiavam a causa da Rainha Maria II de Portugal prestaram homenagens a Duquesa de Goiás que era meia-irmã da Rainha.

Nesse meio tempo, os Viscondes de Resende e Itabaiana organizavam os papéis para matricular a Duquesinha no convento francês. Isabel Maria de Alcântara Brasileira foi levada a Paris e passou a estudar no internato francês que seu pai tinha recomendado.

No Brasil, o Imperador fazia questão de receber mensalmente boletins médicos e relatórios sobre a saúde e bem-estar da pequena Duquesa. Ele continuava demonstrando muita preocupação com a educação e desenvolvimento de sua filha bastarda.

As freiras que agora eram responsáveis por Belinha, enviavam cartas ao Imperador, afirmando que a menina era muito educada e dócil, diziam que ela ia muito bem em todas as disciplinas, já havia aprendido a ler, escrever e falar francês fluentemente, decorava as histórias que lhe eram contadas com facilidade e fazia lindos trabalhos com agulha, mas apresentava dificuldades no piano. Além disso, a menina mudava de humor quando era obrigada a estudar, mas que mesmo assim era gentil e amorosa com todos.

Dom Pedro I sentia muitas saudades de Isabel Maria, mas sabia que essa era a melhor decisão com relação a educação que ela poderia receber.

No convento chamado Escola do Sagrado Coração, a Duquesa de Goiás estudou ao lado de muitas princesas e nobres da elite europeia, como por exemplo, a Imperatriz Eugenie de Montijo, com quem desenvolveu amizade.

Em São Paulo Domitila de Castro deu a luz no dia 28 de fevereiro de 1830 a uma menina chamada Maria Isabel de Alcântara Bourbon II, de início Dom Pedro I não quis assumir a criança, pois tinha fortes desconfianças que a menina não era sua filha, pois pelas contas, Domitila teria engravidado enquanto estava afastada da corte em São Paulo. Como o Imperador não quis assumir a paternidade, a Marquesa teve que adotar outro sobrenome para a filha bastarda.

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Depois de um tempo, Dom Pedro I acabou se convencendo que sua última filha com Domitila era realmente dele e garantiu a Marquesa que a menina seria educada na Europa ao lado de sua irmã.

Em julho de 1830, o Marquês de Resende escreveu a Domitila, em nome do Imperador:

[…] Fique, pela presente, na inteligência [em que porventura nunca deixarei de estar] que S. M. I decidido [como sempre esteve] a felicitar a senhora dona Maria Isabel e não descuidará de chamá-la, a fim de mandá-la educar com aquele cuidado e decência, que exija a sua categoria, bem como, há pouco, acabou de fazer com a sua irmã, a sra. Duquesa de Goiás […]

Não demorou muito, e em abril de 1831 Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro e partiu para Europa junto a Imperatriz Amélia e a Rainha Maria II, tendo que deixar no Brasil as Princesas Januária, Paula Mariana, Francisca e o Príncipe Pedro de Alcântara, que agora era o novo Imperador do Brasil.

Lembrando que no Brasil o Imperador era chamado de Dom Pedro I e em Portugal, era conhecido como Dom Pedro IV.

Na Europa Dom Pedro IV reencontrou sua filhinha Duquesa de Goiás. A Imperatriz Amélia estava grávida e foi nessa época que ela descobriu sobre a existência de Isabel Maria. Dona Amélia ficou encantada pela menina que era muito amável e carinhosa.

De segunda a sexta-feira a menina ficava no internato, mas passava os finais de semana com Dom Pedro IV, Dona Amélia e suas irmãs, as Princesas Maria Amélia e a Rainha Maria II. Parece que quando a Duquesa e a Rainha se reencontraram em Paris, as meninas começaram a se dar muito bem e desenvolveram uma linda amizade.

Em uma carta enviada em junho de 1832, a Rainha Maria II escreveu.

Sobre a educação da Duquesinha, Dom Pedro IV deixou registrado:

[…] a pequena duquesa de Goiás está linda e adiantadíssima, toca mui bem piano. -Pedro IV Paris

Em 25 de janeiro de 1832, Dom Pedro IV seguiu a Portugal por razão da Guerra Civil Portuguesa, deixando Dona Amélia, a Princesa Maria Amélia, a Rainha Maria II e a Duquesa de Goiás em segurança na França. Nessa época Isabel Maria contava com quase 8 anos e ficou sob os cuidados da antiga Imperatriz Amélia e da Duquesa Augusta da Baviera, sogra de Dom Pedro.

Assim que a Guerra Civil terminou, o antigo Imperador pediu que buscassem sua família em Paris, entretanto a Duquesa permaneceu em Paris, por razão de seus estudos na Ecole du Sacré-Coeur.

D. Pedro IV adoeceu e faleceu no dia 24 de setembro de 1834, vítima de tuberculose. A partir desse dia a duquesa Amélia assumiu a responsabilidade da criação e educação de Isabel Maria que contava com 10 anos de idade. A duquesa de Goiás que havia sido separada de sua mãe aos 5 anos de idade, não tinha qualquer recordação de sua mãe biológica, ela considerava Dona Amélia como mãe e a Duquesa Augusta da Baviera como avó. Dona Amélia sempre afirmava que Isabel Maria era uma menina muito bonita, amorosa e educada.

A Duquesa Augusta protegia Isabel Maria como se fosse sua neta, Augusta deixou registrado em seu diário, durante uma viagem a Paris em dezembro de 1831:

“(A Duquesa de Goiás), é uma criança encantadora, impossível de não amar. Que pena que a rainha não seja como ela.

Augusta da Baviera se referia a Rainha Maria II, filha mais velha da falecida Dona Leopoldina e Dom Pedro I, a menina possuía um gênio forte e sempre tinha uma resposta na ponta da língua.

Antes de falecer, Dom Pedro IV deixou estabelecido em seu testamento a 17 de setembro de 1834:

“Deixo a metade da dita terça à minha querida filha a senhora Dona Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Duquesa de Goiás; […]

Estava claro para todos que a Duquesa de Goiás era a filha preferida, além de sempre sair em defesa da filha e mimá-la mais que os outros filhos, o Imperador deixava a metade da terça parte de seus bens para Isabel Maria. Dentre todos os herdeiros, ela foi uma das mais favorecidas com a herança.

Ainda no testamento de Dom Pedro IV podemos ler:

“[…] Recomendo a sua majestade imperial a senhora Dona Amélia Augusta Eugênia de Leuchtenberg, Duquesa de Bragança, minha querida e adorada esposa, que chame para ao pé de si minha querida filha Dona Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Duquesa de Goiás logo que ela tiver completado a sua educação, e que durante ela lhe assista com a sua imperial proteção e amparo […] e àquela menina que llhe falei e que nasceu na cidade de São Paulo no Império do Brasil no dia vinte e oito de fevereiro de mil oitocentos e trinta, e desejo que esta menina seja chamada a Europa para receber igual educação que se está dando à mina sobredita filha a Duquesa de Goiás […].”

Assim que Dom Pedro IV faleceu Dona Amélia entrou em contato com a Marquesa de Santos, para que ela autorizasse que Maria Isabel, a última filha que havia nascido em 1830 fosse enviada a Europa para receber a mesma educação da Duquesa. Entretanto Domitila não respondeu as cartas dos diplomatas nem de Dona Amélia. Provavelmente, a Marquesa de Santos não queria perder sua outra filha.

Em 1841, a antiga Imperatriz Amélia enviou cartas ao seu enteado Dom Pedro II falando sobre sua meia-irmã:

“Todos estão muito contentes com Isabel Maria no instituto, e minha mãe escreveu que ela cresce e se embeleza todos os dias.”

No ano de 1839, sob a responsabilidade do Marquês de Resende, a Duquesa de Goiás foi mandada para Munique e Ingressou no Real Instituto de Moças para concluir seus estudos.

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Antes de falecer Dom Pedro IV pediu que Dona Amélia mantivesse em segredo a real origem da Duquesa de Goiás, eles continuavam sustentando a mentira que a mãe de Isabel Maria havia falecido no parto, mas a verdade era que a Marquesa de Santos estava vivíssima no Brasil.

Dom Pedro IV tinha medo de que a posição da menina perante a nobreza europeia fosse prejudicada por ser filha bastarda, e por essa razão inventou tal mentira.

A Duquesa da Baviera e a Duquesa de Bragança perceberam ao longo dos anos que Isabel Maria não tinha vocação para ser freira, ela era uma moça muito bonita e chamava a atenção com seus olhos amendoados e cabelos escuros. Contrariando o desejo de Dom Pedro IV que sonhava que sua filha tornasse freira, elas acabaram autorizando a saída da menina do convento.

Nessa época, Dona Amélia de Leuchtenberg começou a procurar um bom marido para sua enteada. Além de possuir uma fortuna herdada de seu pai, Isabel Maria recebeu uma grande quantia de seus irmãos, o Imperador Dom Pedro II e a Rainha Maria II. A madrasta que a amava muito preparou o enxoval do casamento.

Mesmo longes uns dos outros, os irmãos sempre mantiveram contato com sua irmã bastarda Duquesa de Goiás, que sempre trocava cartas com as Princesas Januária, Princesa Paula Mariana, Princesa Francisca e Imperador Dom Pedro II.

No ano de 1842, Dona Amélia enviou uma carta a Dom Pedro II avisando que havia conseguido um ótimo casamento para a Duquesa de Goiás com um nobre alemão chamado Ernesto, 2º conde de Treuberg e Barão de Holsen. Em novembro de 1842 a ex-imperatriz Amélia pediu que D. Pedro II concedesse a Imperial Ordem da Rosa, ao futuro marido de Isabel.

O casamento aconteceu no dia 17 de abril de 1843, na no Palácio de Leuchtenberg, cidade de Munique na Baviera. Ernesto havia nascido em 1810 e era 13 anos mais velho que Isabel Maria, que na altura do casamento contava com 19 anos enquanto seu noivo, 32.

Antes do casamento se realizar, Dona Amélia de Leuchtenberg contou a Ernesto o segredo de família que Isabel Maria não poderia descobrir. O noivo jurou guardar segredo.

O casamento foi feliz, a Duquesa de Goiás e o Conde de Treuberg moravam no Castelo Holzen e tiveram quatro filhos:

A Duquesa de Goiás tinha muita consideração por sua irmãzinha, a Princesa Maria Amélia de Bragança, e por essa razão decidiu homenagear sua amada irmã mais nova.

  • A primeira filha nasceu em 1844 e foi batizada como Marie Amélie em homenagem a sua tia, a Princesa Maria Amélia. Maria Amélie Fischler von Treuberg (6 de fevereiro de 1844–30 de março de 1919).

Isabel Maria se dava muito bem com seu irmão Imperador Dom Pedro II, ela chegou a dizer que se tivesse um filho homem colocaria o nome de Pedro em homenagem a seu irmão, mas parece que ela acabou mudando de ideia.

  • O segundo filho nasceu em 1845 e foi batizado como Fernando. Ferdinand Fischler von Treuberg (24 de janeiro de 1845–3 de julho de 1897), 3º Conde de Treuberg e Barão de Holzen; casou-se com Rosine Antonie Therese von Poschinger. Teve problema.
  • A terceira filha nasceu em 1846 e foi batizada como Augusta, em homenagem a Duquesa Augusta da Baviera. Augusta Maria Fischler von Treuberg (8 de outubro de 1846–16 de agosto de 1909), casou-se com Maximilian Freiherr Tänzl von Trazberg.
  • E o quarto filho, nasceu em 1855, batizado como Francisco. Franz Xavier Fischler von Treuberg (2 de julho de 1855–1 de fevereiro de 1933), casou-se primeiro com Karoline von Wendt e depois com Ludovica Manuela Maria von Wendt. Teve problemas em ambos os casamentos.

Enquanto tudo isso acontecia, a Marquesa de Santos milionária, seguia sua vida em São Paulo, onde casou-se novamente e teve mais seis filhos com um rico fazendeiro paulista chamado Rafael Tobias de Aguiar. A da Isabel Maria, cahamada Maria Isabel de Alcântara Bourbon II cresceu e casou-se em 1848 com o Conde de Iguaçu, Pedro Caldeira Brandt. O cunhado tentou entrar em contato com a Duquesa de Goiás na Baviera, mas suas cartas foram barradas pelo Conde de Treurberg que guardava o segredo de família a sete chaves.

Todos sabiam da mentira, menos a Duquesa de Goiás que já adulta, continuava a acreditar que sua mãe biológica havia falecido no parto.

Alguns anos depois, o Conde de Iguaçu tentou novamente contato com a Duquesa de Goiás, enviando cartas ao Castelo de Holzen. Isabel Maria que não tinha nenhuma recordação de sua família e ficou chocada quando descobriu que era filha biológica de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos. O Conde Pedro Caldeira Brandt enviou como provas, as cartas trocadas entre Dom Pedro I e a Marquesa de Santos, nas quais mencionavam Belinha como filha.

Depois disso, a relação entre Dona Amélia e Isabel Maria ficou abalado, pois a moça sentia que havia vivido uma mentira a vida inteira. Após a descoberta, a Duquesa seguiu sua vida e não entrou em contato com sua mãe biológica, nem Domitila entrou em contato com a filha. Dizem que apesar de uma história de vida tão conturbada, a Duquesa de Goiás foi feliz. Ela viveu um casamento estável e teve uma relação muito boa com seus filhos.

O Conde de Truberg faleceu em 1867 aos 56 anos e Isabel Maria ficou viúva aos 43 anos de idade. Seis meses depois, no dia 3 de novembro de 1867, a Marquesa de Santos faleceu no Brasil.

No ano de 1871 Dom Pedro II em uma viajem a Europa, reencontrou sua irmã Duquesa de Goiás, no Castelo de Holzen. Na época o Imperador contava com 46 anos e Isabel Maria 47 anos. Sobre o encontro existe uma historia engraçada.

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Dizem que Dom Pedro II ao chegar no Castelo Holzen, avistou um jardineiro que podava uma macieira no pomar, o monarca apresentou-se como Imperador do Brasil e disse gostaria de visitar sua irmã a Duquesa de Goiás, Isabel Maria. O jardineiro assustado, entrou no castelo dizendo a todos que havia um homem doido no jardim dizendo que era irmão da Duquesa e Imperador do Brasil.

Como dissemos, ela viveu uma vida feliz e luxuosa ao lado de sua família adotiva que a amava muito. Apesar de tudo, manteve contato com sua amada madrasta e seus queridos irmãos até o fim de sua vida.

A Duquesa de Goiás faleceu na Baviera no dia 3 de novembro de 1898 aos 74 anos, exatamente 31 anos após a morte de sua mãe.

Durante o Primeiro Reinado, Isabel Maria era tida como uma espécie de protetora da Província de Goiás. Sabemos que seus descendentes estão vivos até os dias de hoje.

Professora Sabrina Ribeiro

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FONTES, VÍDEOS & LIVROS USADOS NA PESQUISA:

Monarquia Sempre. Genealogia — Duquesa de Goiás. Disponível em: https://sites.google.com/site/monarquiasempre/monarquia-brasileira/genealogia—a-duquesa-de-goias

Geni. Ernest von Treuberg, 2. graf von Treuberg (1819–1867). Disponível em: https://www.geni.com/people/Ernest-von-Treuberg-2-graf-von-Treuberg/6000000004097348822

Google Arts & Cultura. Retrato da Duquesa de Goiás. Museu Histórico Nacional. Disponível em: https://artsandculture.google.com/asset/retrato-da-duquesa-de-goi%C3%A1s/3gHYUjZ1DJO7Fw

PDF. Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha. Navio mandado construir por ordem do Imperador Dom Pedro I em homenagem a sua filha predileta a Duquesa de Goiás. Corveta Duquesa de Goiás. Disponível em: https://www.marinha.mil.br/dphdm/sites/www.marinha.mil.br.dphdm/files/DuquesaDeGoiasCorveta1826-1827.pdf

Geni. Isabel Maria de Alcântara Brasileira, duquesa de Goiás. Disponível em: https://www.geni.com/people/Isabel-Maria-de-Alc%C3%A2ntara-Brasileira-duquesa-de-Goi%C3%A1s/5148953106340037291

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Dom Pedro I e os seus filhos. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=267755

Wikisource. Archivo nobiliarchico brasileiro. Disponível em: https://pt.wikisource.org/wiki/P%C3%A1gina:Archivo_nobiliarchico_brasileiro.djvu/560

Geneanet. Isabel Maria de Portugal. Disponível em: https://gw.geneanet.org/frebault?lang=en&pz=henri&nz=frebault&p=isabel+maria&n=de+portugal

D’Argent Leilões. Isabel Maria retratada como noiva. Disponível em: https://www.dargentleiloes.net.br/peca.asp?ID=5134815

Espaço de Artes. Casa Miguel Salles. Diadema de corte, tiara de ouro adornada com pedras preciosas que pertenceu à Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Primeira e Única Duquesa de Goiás. Disponível em: https://www.miguelsalles.com.br/peca.asp?Id=5224205

Lista de navios descomissionados da Marinha do Brasil. Wikiwand. Disponível em: https://www.wikiwand.com/pt/Lista_de_navios_descomissionados_da_Marinha_do_Brasil

Dom Pedro I e a Marquesa de Santos. À vista de cartas íntimas e de outros documentos públicos e particulares. Autor: Alberto Rangel — 1969. Editora: Ed. Brasiliense.

D. Pedro: O homem revelado por cartas e documentos inéditos. Autor: Paulo Rezzutti. Editora: LeYa.

D. Pedro II — A história não contada: O último imperador do Novo Mundo revelado por cartas e documentos inéditos — Autor: Paulo Rezzutti. Editora: LeYa.

D. Leopoldina: a história não contada. A mulher que arquitetou a Independência do Brasil. Autor: Paulo Rezzutti. Editora: LeYa.

Universidade Federal do Paraná. Obras de Debret. História do Brasil: Símbolos e emblemas do Primeiro Reinado. Disponível em: https://docs.ufpr.br/~lgeraldo/brasil2imagensB.html

Publicações do Arquivo Nacional. Marginados: Anotações as cartas de D. Pedro i e D. Domitila. Volume 76. (1974) Editora: Officinas Graphicas do Arquivo Nacional. Disponível em: https://www.google.com.br/books/edition/Publica%C3%A7%C3%B5es_do_Arquivo_Nacional/H8AXmwts8DAC?hl=pt-BR&gbpv=1&dq=duquesa+de+goi%C3%A1s+livro&pg=PA488&printsec=frontcover

Espaço de Artes Miguel Salles. Casa Imperial Brasileira. Importante e excepcional diadema de corte, tiara de ouro adornada com pedras preciosas que pertenceu à Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Primeira e Única Duquesa de Goiás. Disponível em: https://www.miguelsalles.com.br/peca.asp?Id=5224205

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